quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Coisas que ainda não entendo!

Depois de quase 3 anos por aqui, já aprendi um bocado de como as coisas se desenrolam, já entendi alguns conceitos, aceitei outros, mesmo sem entender direito... mas alguns simplesmente não entendo, não consigo...

Um deles é porque raios se passa desenho infantil às 4 e meia da manhã na TV portuguesa??
Não faz o menor sentido! Nem eu, que nunca fui de dormir muito, com a diferença de que quando era criança ainda conseguia dormir cedo e acordava religiosamente às 6 da manhã, posso entender o que faria uma criança estar à frente da TV tão cedo...

Ok! eu, como meu pai saia para trabalhar mal eu acordava e minha mãe não estava lá muito animada em madrugar tão cedo "sem necessidade", eu acabava recorrendo à babá eletrônica e achava ruim quando não tinha nada para ver além de Telecurso do 2º Grau, e ainda aprendi alguma coisa por osmose assim, mas nesta altura eu "já" tinha meus 5-6 anos, e existiam os ótimos Catavento, bambalalão e companhia...

Os desenhos que me refiro aqui são desenhos para crianças ainda menores, quase teletubbies, ou um meio termo, por assim dizer... eu espero sinceramente que não tenha expectadores para eles, mesmo que até sejam bonitinhos e simpáticos, porque affff... como assim? Esta hora não era nem para eu estar acordada quanto mais os "anjinhos"...

sábado, 6 de setembro de 2008

Isabel, Pedro, Inês e Coimbra

Um post para além de defasado, mas nem por isso desmerecido.

Afinal, é mais que devido um post sobre as figuras emblemáticas de Coimbra e seus amores

A primeira "personagem" deste post não por acaso é a Padroeira de Coimbra e nos dias de hoje, o dia da cidade é o dia 4 de Julho, dia de aniversário de sua morte.

A Rainha Santa Isabel foi casada com El-Rei Dom Diniz, Rei de Portugal (criador da Universidade de Coimbra, em 1290), nos idos de 1300.
Sempre caridosa, a aragonesa dizia que Deus a tornara rainha para que ela pudesse ajudar aos necessitados e assim fazia sempre que podia.
Com serenidade, impediu guerras entre seus pares: primeiro entre seu marido e o filho D. Afonso IV, de Portugal e depois entre D. Afonso IV e o esposo da neta, D. Afonso XI, de Castela, pouco antes de sua morte.
Durante sua vida lhe foram atribuídos diversos milagres de curas e também o chamado "Milagre das Rosas":
Numa ocasião, conta-se, dedicava-se a distribuir moedas de seu dote (em algumas versões fala-se em pães) entre os pobres e necessitados quando o rei apareceu e questionou-lhe o que escondia junto à saia. Temendo possíveis represálias respondeu: "São rosas, senhor". "Mas em Janeiro não há rosas. Deixai-me ver que cheiro exalam." E ao soltar a saia eis que só rosas deitam-se ao chão.
Após a morte de d. Dinis passou a dedicar-se à caridade completamente, "refugiando-se" no Convento de Santa-Clara-a-Velha em Coimbra, em pobreza voluntária e dedicando seus bens à construção de conventos, hospitais e outras obras assistenciais.
Faleceu em 1336 em Santarém, mas conforme seu desejo foi sepultada em Coimbra, no mosteiro Santa-Clara-a-Velha. Foi beatificada em 1516, pelo Papa Leão X e canonizada em 1625, pelo Papa Urbano VIII.
Conta-se ainda que durante a viagem para o sepultamento (Santarém fica perto de Lisboa, a mais ou menos 200km de distância de Coimbra) havia o receio do cadáver entrar em decomposição acelerada pelo calor do verão, e a meio da viagem o caixão começou a abrir fendas e por onde escorria um líquido, que ao invés de provir da decomposição cadavérica esperada exalava um aroma suavíssimo.
A Rainha Santa Isabel é representada pela imagem do milagre das rosas.
(Mais destas histórias aqui ou aqui)

Os próximos "personagens" são os protagonistas da "História de Amor" de Coimbra, digna de Romeu e Julieta ou Tristão e Isolda, e bem poderia ter servido de inspiração, já que ocorreu não muito depois dos acontecimentos relacionados à Rainha Santa: Pedro e Inês.
D. Pedro (o I de Portugal) era neto da Rainha Santa Isabel, filho de D. Afonso IV. Casado com Constança Manuel, da Casa de Castela, apaixonou-se por uma de suas damas de companhia: Inês.
O Rei D. Afonso IV, fervoroso nos valores da Igreja, repreendeu o fato exilando-a, o que não impede que os dois continuem a se comunicar.
Quando Constança faleceu ao dar à luz o herdeiro do trono, Inês foi reintegrada à corte por Pedro para desgosto de todos, especialmente o pai.
Com o nascimento sucessivo dos filhos do casal, a instabilidade no reino de Espanha, a investida de Pedro em tentar unir os reinos de Leão e Castela e boatos de ameaças de morte ao filho legítimo de Pedro, d. Afonso IV incide a culpa sobre Inês.
Quando o casal passa a viver em Coimbra, no Mosteiro de Santa Clara, onde a Rainha Santa passara seus últimos anos, especula-se um casamento secreto. Sob a negativa de Pedro, d. Afonso decide mandá-la matar no próprio mosteiro, em 1355, com honras de nobreza.
Conta-se que deste evento choram as filhas do Mondego ("surge" a Quinta das Lágrimas) e as algas avermelhadas que por lá ainda afloram são o sangue jorrado de Inês.
Quando d. Pedro é coroado rei, em 1357, declara legítimo seu casamento com Inês, e deste modo a torna rainha, mesmo depois de morta, donde advém o dito: "Agora Inês é morta" para indicar que a solução chega tarde demais.

Em Coimbra, além da Quinta das Lágrimas há ainda o Penedo da Saudade em memória destes infortunados amantes.