quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Antigos prazeres

Ultimamente estou escrevendo sobre a escravidão moderna no Brasil (longa história, melhor deixar prá lá) e um livrinho que li há muito, muito tempo atrás me veio à cabeça, ficou martelaaando. Foi quase em outra vida. Uma vida à qual só estou presa pela lembrança e pelas poucas, boas e velhas amizades que conseguiram resistir. Embora às vezes, tanto as lembranças quanto as amizades desta época fiquem um bocado empoeiradas, basta soprar um pouquinho a poeira e ainda surgem: brilhantes e lindas e boas, como todas as coisas que merecem ser guardadas.
E foi assim com este livro também, precisei soprar na memória, mas quando cheguei na parte em que eu deveria escrever sobre o local que os trabalhadores que acabam virando escravos deixam para trás, ele surgiu quase todo de novo. Foi um livro que apesar de triste, gostei muito, muito mesmo, me identifiquei "geneticamente" com o livro. Pois embora, graças a Deus não tenha passado por nenhuma das situações ali descritas, percebi que a vida dos homens ancestrais da minha família em muito lembravam a do menino do livro. Felizmente os meus conseguiram o que queriam, prefiro acreditar que o menino do livro também, em algum tempo além do livro.
O livro é o "Três Caminhos" do Caio Porfírio Carneiro. Quem estudou comigo naqueles tempos era suposto ter lido, acho que estávamos na quinta série, com a Profa. Valéria.
Mas além da história que pode me ajudar com o texto que estou trabalhando, este livro me lembrou de outra coisa: como eu gosto de ler contos!!!
É sério, eu tinha esquecido!!!
Há tanto tempo que eu venho intercalando grandes lacunas de leitura (que eu sempre jurei para mim mesma que jamais deixaria ocorrer) com leituras extremamente complicadas e densas ou técnicas que simplesmente esqueci o prazer de ler "um simples conto". Não que os contos sejam simples, mas certamente trazem um prazer mais imediato de leitura.
É bem verdade que nunca larguei totalmente as crônicas, nunca deixei de ser uma leitora de manchetes e colunas ou editoriais, só mudei a mídia. Também é verdade que eu gosto também dos meus últimos livros, senão não os leria, mas demandam uma dedicação maior, quase integral, se perdem nas pausas obrigatórias, enfim são mais complicados de conciliar com o resto de tudo. E ainda soam como culpa pelo hiato anterior.
E seguindo nos paralelos, isso me faz perceber, mais uma vez, que não é só com os livros que tenho feito isto. Optado pelo mais complicado, pelo mais complexo, pelo que mais me suga. Esquecido dos pequenos e antigos prazeres. Ou pior, por vezes lembrado e ignorado, deixado para outras ocasiões, para quando tiver tempo, ou de melhor humor, ou, ou, ou.
Antigos prazeres são simples, não demandam tanto tempo assim. Posso muito bem encaixar no caminho de uma viagem, numa espera de fila, no tempo que o arquivo não carrega, ou naqueles momento que a gente se pega perdido no tempo e no espaço a lembrar de algo bom.
Pequenos prazeres podem ser tão simples quanto um: Oi, tudo bem? Que saudades eu sinto de falar com você!Te amo!

Como disse um professor na minha segunda aula do mestrado entre as milhares de outras coisas que o sotaque português não me permitiu entender na altura: KISS!!! Keep It Simple Stupid!

E vc?? Tudo bem??

Kiss, kiss...
Sempre Mai ;)

4 comentários:

Anônimo disse...

olá Mai,
existe um lugar mágico na cidade de Coimbra, principalmente nas primeiras quintas-feiras de cada mês, aqui na cidade de Coimbra. Eu adoro, porque me faz viajar por locais, conhecer pessoas e entrar no maravilhoso mundo da fantasia ou da realidade de tempos ancestrais. Acredito que vais gostar. É no Ateneu, à Sé Velha. Lá há sempre alguém que conta contos a partir das 22:00.

Luisa

Anônimo disse...

Eu sempre penso em ti :) Com muita saudade! Por aqui tudo bem...mais ou menos XD Mil beijos minha querida. TI VOGLIO TANTO BENE :)

Chiaretta

Anônimo disse...

Oi Linda!!! Que saudade de você!!!!! Mande notícias sempre :)
Como você tá?
Te amo, beijos e se cuida!
Fê Cassal

Anônimo disse...

E que prazer "ler você".
Leve...

até!