quinta-feira, 10 de julho de 2008

O Acordo Ortográfico

Brasileira, morando em Portugal, se tem um assunto que eu não poderia deixar de tratar é este!
Discutido, rejeitado, apoiado, desconhecido, não deixa de ser algo inevitável.
Confesso que já tive diversas opiniões a respeito, hoje me limito a aceitar, confirmando minha tendência inicial.

Concordo com o argumento da maioria dos portugueses em rejeitar este acordo, com ressalvas.
É inevitável para mim admitir o quanto a diferença entre as nossas escritas é prejudicial para a comunidade científica de ambos os países. Nem vou falar nos demais países da CPLP, pois pouco sei sobre tais realidades.
E é neste ponto que resisto à opinião dos portugueses, pois se o acordo veio com maior intensidade de mudanças para os portugueses, também no fim serão eles os maiores beneficiados, na minha opinião.
Explico-vos: uma das coisas que mais ouvi de portugueses por aqui (quando o assunto saía do clichê para brasileiros no exterior) era a admiração de quanto material disponível os brasileiros têm no campo editorial. Resumindo mais que grosseiramente como "campo editorial" tudo o que foi escrito e divulgado, ou seja, livros, revistas e artigos sobre qualquer coisa, de qualquer natureza, tanto na qualidade impressa como virtual. Especialmente virtual, claro.

Muitos foram os que me disseram que diante de uma pesquisa qualquer SEMPRE encontravam textos brasileiros, ou em inglês. Uns preferiam os brasileiros, outros os da língua inglesa, mas sempre havia esta possibilidade de escolha. O que não se pode dizer sobre textos portugueses. Sente-se muito esta lacuna aqui em Portugal. E quem nunca precisou ter contato com "o outro português" não tem a menor idéia de quão difícil esta tarefa pode ser. Se este contato for escrever então, nem se fala.

Concluindo, com o acordo ortográfico os portugueses vão ter um acesso muito mais fácil e ampliado às nossas produções, foi este um dos objetivos deste acordo. É este o principal ganho deles, embora eles só vão realmente admitir daqui a 15 ou 20 anos, se é que o farão. Se os portugueses "tiveram que se curvar às 'imposições' brasileiras" é pelo simples fato que somos 180 milhões, eles 10 milhões. Assim como nosso país é gigante em território e população, também é o seu "campo editorial" e a necessidade (natural para nós) de partilhar este material. Também nós teremos nossas mudanças, mas no fim não podia ser diferente.

Muito da minha dissertação se perdeu na conversão de "idiomas dentro do idioma". Escrevi no português daqui, não saiu nem o daqui nem o do Brasil. E foi então que percebi a importância deste acordo.
Se já estivesse em vigor, se já estivéssemos habituados a ele, nem eu nem meus "leitores" sofreriam tanto. Depois de quase 3 anos já confundo os dois, páro para pensar muito antes de escrever. Já não sei o que é certo nem de um lado nem do outro.
Vou ter que reaprender o português, e já que é assim, ao menos o faço com o disposto no acordo! Só preciso ter acesso às tais mudanças, só tenho visto algumas delas, vou procurar as demais.
Enfim, que venha o acordo ortográfico e que esta convergência se faça verdadeira!

Vou dar o meu passo e começar a aplicar aqui estas mudanças, conforme for descobrindo-as. Assim, não estranhe se "alguma coisa parecer diferente", uma idéia aparecer como ideia, é só o Acordo Ortográfico entrando em ação!!! rsrsrs

Sempre Mai ;)

P.S.: Sim, dei uma sumida de novo, mas isso eu nem comento... rsrsrs

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